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É um título pomposo, não é?
Felicidade num bocado de renda. Mas a verdade é que não se trata apenas de um bocado de renda.
Se espreitarem histórico do blog encontrarão muitos "primeira vez". O primeiro trabalho da Carla com tintas de tecido, o primeiro vestido completo (ou melhor... acho que só encontram o início porque ela não publicou o resultado), o primeiro amiguiri, o primeiro livro em feltro de ambas,... Estamos constantemente a sentirmos-nos atraídas e inspiradas por projectos que encontramos na internet.
Um passatempo como estes, é uma fonte de felicidade porque:
1. É uma conclusão sustentada em estudos científicos que, se duas pessoas fizerem a mesma actividade (por exemplo de lazer), a que a faz pela primeira vez, terá uma maior sensação de bem-estar; a novidade entusiasma e é excitante;
2. Aprender coisas novas aumenta o nosso bem-estar, a nossa auto-confiança e o nosso sentimento de crescimento pessoal;
3. Tarefas activas (por exemplo, fazer exercício) resultam em maior satisfação e sentimento de tempo bem utilizado, que tarefas passivas (por exemplo, ver televisão);
4. Passatempos são uma actividade que ajuda a controlar o stress.
Por isso, esta primeira amostra de renda de bilros, depois de muito fazer e desmanchar (no processo de aprendizagem), é mesmo um bocadinho de felicidade.
Este vídeo, porque tem um projeto completo, do início ao fim, está a ser a nossa base de trabalho. Poderão ver como colocar o molde de trabalho, como encher o bilro, como fazer o nó corrediço e como começar e rematar.
Não encontramos um outro vídeo tão bem conseguido em língua portuguesa. Se encontrarem, por favor partilhem.
Para poder ir seguindo com calma o vídeo, nada como utilizar as definições para reduzir a velocidade do vídeo. Fica a dica.
Eu e Carla estivemos na Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde onde a renda de Bilros é rainha. Ficamos completamente enlevadas pelo que vimos e francamente motivadas para experimentar.
Mas experimentar bilros, pareceu-nos um projecto tão ambicioso como custoso, tendo em conta os materiais que exigiam.
Foi aí que arregaçamos as mãos e fomos em busca de versões DIY.
ALMOFADA
Rapidamente descobrimos que a renda de bilros não é exclusiva de Portugal e já era mencionada em textos italianos do séc. XV. Descobrimos igualmente que não existe apenas um modelo de almofada. A foto abaixo (Aracne) foi o momento em que deixei de namorar a renda de bilros para passar a acreditar que conseguiria fazer os materiais.
Depois vi a imagem seguinte e percebi que a diferença entre ter uma almofada em rolo e uma plana, tem muito mais a ver com o trabalho a executar, que com outra coisa:
Também encontramos uma rendilheira que utilizava placas de cortiça e algumas ainda que criavam a sua almofada bastante sofisticada.
A nossa almofada de bilros DIY
A nossa almofada não é nada mais que um bocado de esponja com tecido a embrulhar (como um presente) e com alfinetes a prender o tecido. APENAS ISSO.
Fizemos 3 almofadas em cerca de 10 minutos.
Basicamente, deverão ter um material em que possam espetar alfinetes sem que estes caiam.
BILROS
Os bilros são os pauzinhos de madeira onde enrolamos a linha a utilizar. Também aqui há tantos os bilros como as culturas em que a renda é feita, dos mais simples aos mais artilhados.
Das nossas investigações percebemos que é uma boa ideia os "decorar" em pares, porque se torna mais fácil trabalhar a renda.
Rapidamente percebemos que é possível improvisar bilros até com molas da roupa ou com papel.
BILROS DIY
Os nossos bilros foram feitos com paus de espeto cortados com 11 cm. Nos da fotos, utilizamos fita cola colorida para dar o volume habitual. O volume que tem a secção superior do bilros, pareceu-nos importante para que o nó corrediço do fio não se solte.
A LINHA
As linhas utilizadas para a realização de rendas de bilros são tão diversas que nem nos preocupamos com isso. Vimos utilizarem linha de crochet e como já temos alguma, é a eleita.
A título exemplificativo, as renda de bilros entrou no Guiness Book of Records com linha nº 20.
Vejam a forma engenhosa como a Carla prendeu um alfineteiro à almofada. Claro que aqueles alfinentes não serão suficientes.
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